14.8.08

Sobre as fotos de Raisa

Um arrepio parte do meu peito e corre pelos braços. As mãos parecem mais frágeis enquanto digito.

São imagens realistas do mundo de plástico decomposto em que vivemos.
A barbárie em sua expressão artística. A maldade crítica da perversão ácida criticando a burrice da inocência fútil.

No plástico frio das coxas bem torneadas de uma barbie estuprada suja e depravada, vi refletido meu lado mais grotesco de crueldade sinistra e deliciosamente sexual.

Não é o sonho que eu gostaria de ter nessa noite. Mas as fotos de Raisa vão me assombrar nessa noite. De dentro pra fora. São como iscas suculentas para os demônios que me habitam.

É em tempos de guerra como agora que são precisas essas imagens sujas e inquietas de uma honestidade incômoda que não dá saídas e faz encarar o abismo.

Durmo hoje no abismo de Raisa. Espero que não nos sintamos tão sós por lá.

Um comentário:

Raisa. disse...

Eu normalmente disfarço grosserias com sinceridade, mas agora acho justo dizer que me senti agraciada com as tuas belas palavras, afinal são apenas imagens, nada além de ficção. Não digo arte e sim a vontade do eterno repetir, ao menos com os olhos isto funciona.

Enfim, obrigada.