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3.11.12
À intelectualidade
Dizem que já temos personalidade aos sete anos de idade. Então essa gente - que dedica uma vida debruçada em livros de outras gentes - no fundo só quer provar por A mais B que a avó deles é quem estava com a razão.
10.8.12
Eu...
Eu capto as pessoas.
Tenho facilidade para perceber o que querem, sentem e pensam. Mas nem por isso me adéquo. Não vou omitir o que penso e sinto só pra conseguir os resultados que espero delas. Quero ser honesto e acho que essa é a melhor maneira de se viver:
sem meias palavras,
sem meandros,
sem omissões,
sem jogos,
sem sedução.
Me exponho, conto os podres, e os resultados são o que são, paciência.
Hoje me afasto como o diabo da cruz de quem faz o contrário, porque não quero ficar decifrando charadas. Gosto das coisas claras, em pratos limpos, ditas inteiras.
E sim: essa atitude me faz perder o que você chama de "oportunidades" e, eventualmente, sofro.
Mas estar vivo, inclui frustrações.
Prefiro o sofrer a realidade ao conforto da personagem.
Sou o que sou, feliz ou infelizmente.
Levei anos pra aprender a ser honesto.
Agora vou aproveitar.
Por que fiz esse blog?
Porque queria ter um cartão de visitas, para quem quiser me conhecer, poder começar pelo meu lado mais podre, mais sujo, mais triste e mais fraco. Assim seleciono quem quer estar comigo.
Quem não gosta, se afasta num instante e lhes desejo uma boa sorte.
Porque não quero ser amado a qualquer custo.
Quero antes, ser eu. E que as pessoas me amem apesar do que sou.
Tenho facilidade para perceber o que querem, sentem e pensam. Mas nem por isso me adéquo. Não vou omitir o que penso e sinto só pra conseguir os resultados que espero delas. Quero ser honesto e acho que essa é a melhor maneira de se viver:
sem meias palavras,
sem meandros,
sem omissões,
sem jogos,
sem sedução.
Me exponho, conto os podres, e os resultados são o que são, paciência.
Hoje me afasto como o diabo da cruz de quem faz o contrário, porque não quero ficar decifrando charadas. Gosto das coisas claras, em pratos limpos, ditas inteiras.
E sim: essa atitude me faz perder o que você chama de "oportunidades" e, eventualmente, sofro.
Mas estar vivo, inclui frustrações.
Prefiro o sofrer a realidade ao conforto da personagem.
Sou o que sou, feliz ou infelizmente.
Levei anos pra aprender a ser honesto.
Agora vou aproveitar.
Por que fiz esse blog?
Porque queria ter um cartão de visitas, para quem quiser me conhecer, poder começar pelo meu lado mais podre, mais sujo, mais triste e mais fraco. Assim seleciono quem quer estar comigo.
Quem não gosta, se afasta num instante e lhes desejo uma boa sorte.
Porque não quero ser amado a qualquer custo.
Quero antes, ser eu. E que as pessoas me amem apesar do que sou.
30.6.12
Viver sem conforto
Eu sofro pelas minhas opções (sempre fiz opções difíceis).
Mas opto por viver sem nunca me acostumar.
Sofrer é estar vivo. Estar contente é morrer.
Não quero nunca o conforto de "deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia".
Mas opto por viver sem nunca me acostumar.
Sofrer é estar vivo. Estar contente é morrer.
Não quero nunca o conforto de "deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia".
4.6.12
De pai pra filho
O senhor de escravos dizia em 1700 ao seu jovem filho de botas enlameadas a passear na plantação:
"Quando um negro resiste, mate-o da forma mais horrenda que puder pensar, mas puna também todos os outros, mesmo os que não fizeram nada.
Assim os que sobrevivem vão aprender a odiar quem quer revolucionar as coisas.
O rebelde, o diferente, o incomum vai ser reprimido pelos próprios oprimidos.
E aí a massa trabalha de graça para evitar a própria libertação.
Repita isso sempre e daqui trezentos anos, o seus netos e bisnetos vão ainda ser os donos da América."O menino nunca esqueceu dessa lição.
12.3.12
Mentiras
É na infância, quando surgem as primeiras vontades sexuais, que aprendemos a mentir.
Incapazes de refrear o impulso da masturbação e sabendo-o proibido,
aprendemos sozinhos a esconder e dissimular.
E essa lição não se esquece jamais.
Incapazes de refrear o impulso da masturbação e sabendo-o proibido,
aprendemos sozinhos a esconder e dissimular.
E essa lição não se esquece jamais.
27.2.12
27.1.12
A caminho do fascismo canarinho
Aqui havia o índio. Quando chegaram os europeus, trataram logo de matar e estuprar aquele povo que consideravam sem alma e vagabundo. Nascia o primeiro preconceito de que temos notícia nessas terras. O bugre, vagabundo e imprestável, depois de dizimado, foi relegado ao esquecimento.
Ávidos, os civilizados portugueses passaram a trazer para cá homens africanos. Vagabundos e sem alma, mas muito resistentes, fora escravizados, estuprados e humilhados. Esses crioulos, macacos, escurinhos, tições, serviram por séculos ao enriquecimento da coroa portuguesa que enriquecia a coroa inglesa que decidiu, lá no século dezenove, era hora de acabar a escravidão.
Liberto, o povo de cabelo ruim foi expulso aos montes da lavoura e acabaram nas cidades. Esses novos vagabundos - que já tínhamos esquecidos os índios, tão poucos agora -, sem trabalho, desocupados, acabaram nos entornos urbanos, escurecendo até hoje a paisagem das grandes cidades.
Trouxemos então os italianos, espanhóis, alemães! Com grandiosidade inédita, importávamos gente branca e européia para trabalhar. Foi a primeira vez que o Brasil pensou-se poder ser potência mundial, mas é curioso que contra essa gente de pele alva, fomos incapazes de criar apelidos e chacotas. Talvez pela semelhança deles com a imagem branca de olho azul do cristo dependurado na cruz, talvez porque já tivéssemos aprendido naquela época que feio é não ser da Europa.
Ficamos então com uma sociedade que parecia as capitanias hereditárias: por herança ficavam os brancos invasores, donos de fábricas e terras, com o melhor naco da riqueza, em seguida, também com sangue europeu, os brancos importados, trabalhadores assalariados nas grandes cidades. No meio do caminho, a gente parda com os empregos de serviçal. Lá no fim, os negros bem escuros, esses que se virem, sem emprego e a caminho da cadeia.
Eis que no nordeste do país achamos uma raça amarela de olhos azuis de holandês, estatura de bugre, pele de negro e de sabe deus mais o quê. O nordestino, a baianada, os cabeça chata, os paraíba, vieram para agregar-se na pirâmide social brasileira. Ficando em algum lugar acima dos negros e abaixo dos brancos europeus, mas com destaque no vocabulário jocoso do sudeste. A verdade é que até hoje, resumimos toda essa gente ignorante com o nome de um estado só. A baianada!
No Brasil, cresci aprendendo que os negros são vagabundos, os nordestinos ignorantes, os índios coitadinhos e os santos todos europeus. O mais curioso é que na história racial do Brasil não aparece a mais óbvia das nacionalidades: o brasileiro é sujeito oculto ou não existe. Esse país foi parido pela invasão de um povo que não está mais aqui e que nos ensinou o mal hábito de criar preconceitos para facilitar a dominação.
Aprendemos que a culpa é do pretinho, porque é vagabundo e ladrão, do nordestino porque é ignorante e sujo. Mas nunca olhamos com ódio para a burguesia branca na televisão. É muito mais fácil e habitual encontrar um inimigo entre nós.
Agora, o Brasil passa de novo pela estúpida febre de ser um entre os grandes do mundo. Cada vez mais nos parecemos com o país de George Bush, compramos carros, roupas, garrafas de água e eletrônicos como se não houvesse amanhã. Importamos novas nacionalidades: bolivianos, coreanos, árabes e para eles, importamos dos EUA, novos preconceitos. Até os negros e nordestinos tem a quem achincalhar agora. Sorte dos donos brancos do país, que continuam ilustres e impávidos no brasão nacional.
O que me assusta é que em um país sem nacionalidade, onde somos todos invasores ou invadidos, possamos acreditar na ideia ridícula de fronteiras nacionais, ou de defesa dos empregos "para brasileiros". Me dói na boca do estômago um amigo negro odiando os bolivianos ou um amigo nordestino odiando os negros. É triste que as aulas de história européia não sirvam para nos ensinar como começa o caminho do nazi-fascismo e que já estejamos nos adiantando nele.
Quem aqui nesta terra pode se dizer brasileiro? Talvez, e acho que nem assim, um índio descendente das primeiras tribos, de sangue puro pudesse reclamar o direito de preservar os empregos do país para seu povo e nós teríamos todos que voltar, para a Europa, a África, o Oriente e a Ásia, onde não seríamos mais aceitos. Para eles, somos agora brasileiros, um povo de prostitutas e bandidos, que vai estar invadindo e roubando empregos deles. E um viva ao Bolsonaro!
Ávidos, os civilizados portugueses passaram a trazer para cá homens africanos. Vagabundos e sem alma, mas muito resistentes, fora escravizados, estuprados e humilhados. Esses crioulos, macacos, escurinhos, tições, serviram por séculos ao enriquecimento da coroa portuguesa que enriquecia a coroa inglesa que decidiu, lá no século dezenove, era hora de acabar a escravidão.
Liberto, o povo de cabelo ruim foi expulso aos montes da lavoura e acabaram nas cidades. Esses novos vagabundos - que já tínhamos esquecidos os índios, tão poucos agora -, sem trabalho, desocupados, acabaram nos entornos urbanos, escurecendo até hoje a paisagem das grandes cidades.
Trouxemos então os italianos, espanhóis, alemães! Com grandiosidade inédita, importávamos gente branca e européia para trabalhar. Foi a primeira vez que o Brasil pensou-se poder ser potência mundial, mas é curioso que contra essa gente de pele alva, fomos incapazes de criar apelidos e chacotas. Talvez pela semelhança deles com a imagem branca de olho azul do cristo dependurado na cruz, talvez porque já tivéssemos aprendido naquela época que feio é não ser da Europa.
Ficamos então com uma sociedade que parecia as capitanias hereditárias: por herança ficavam os brancos invasores, donos de fábricas e terras, com o melhor naco da riqueza, em seguida, também com sangue europeu, os brancos importados, trabalhadores assalariados nas grandes cidades. No meio do caminho, a gente parda com os empregos de serviçal. Lá no fim, os negros bem escuros, esses que se virem, sem emprego e a caminho da cadeia.
Eis que no nordeste do país achamos uma raça amarela de olhos azuis de holandês, estatura de bugre, pele de negro e de sabe deus mais o quê. O nordestino, a baianada, os cabeça chata, os paraíba, vieram para agregar-se na pirâmide social brasileira. Ficando em algum lugar acima dos negros e abaixo dos brancos europeus, mas com destaque no vocabulário jocoso do sudeste. A verdade é que até hoje, resumimos toda essa gente ignorante com o nome de um estado só. A baianada!
No Brasil, cresci aprendendo que os negros são vagabundos, os nordestinos ignorantes, os índios coitadinhos e os santos todos europeus. O mais curioso é que na história racial do Brasil não aparece a mais óbvia das nacionalidades: o brasileiro é sujeito oculto ou não existe. Esse país foi parido pela invasão de um povo que não está mais aqui e que nos ensinou o mal hábito de criar preconceitos para facilitar a dominação.
Aprendemos que a culpa é do pretinho, porque é vagabundo e ladrão, do nordestino porque é ignorante e sujo. Mas nunca olhamos com ódio para a burguesia branca na televisão. É muito mais fácil e habitual encontrar um inimigo entre nós.
Agora, o Brasil passa de novo pela estúpida febre de ser um entre os grandes do mundo. Cada vez mais nos parecemos com o país de George Bush, compramos carros, roupas, garrafas de água e eletrônicos como se não houvesse amanhã. Importamos novas nacionalidades: bolivianos, coreanos, árabes e para eles, importamos dos EUA, novos preconceitos. Até os negros e nordestinos tem a quem achincalhar agora. Sorte dos donos brancos do país, que continuam ilustres e impávidos no brasão nacional.
O que me assusta é que em um país sem nacionalidade, onde somos todos invasores ou invadidos, possamos acreditar na ideia ridícula de fronteiras nacionais, ou de defesa dos empregos "para brasileiros". Me dói na boca do estômago um amigo negro odiando os bolivianos ou um amigo nordestino odiando os negros. É triste que as aulas de história européia não sirvam para nos ensinar como começa o caminho do nazi-fascismo e que já estejamos nos adiantando nele.
Quem aqui nesta terra pode se dizer brasileiro? Talvez, e acho que nem assim, um índio descendente das primeiras tribos, de sangue puro pudesse reclamar o direito de preservar os empregos do país para seu povo e nós teríamos todos que voltar, para a Europa, a África, o Oriente e a Ásia, onde não seríamos mais aceitos. Para eles, somos agora brasileiros, um povo de prostitutas e bandidos, que vai estar invadindo e roubando empregos deles. E um viva ao Bolsonaro!
19.1.12
Eternação
Nada permanece.
Os amores acabam, o tempo passa e o corpo perece.
Logo você está fraco, sozinho e gagá.
Mas todo agora é eterno.
Um pedaço do todo ligado ao infinito o tempo todo.
Viva sem apegos, nada é seu. Seja feliz já e nada mais.
11.1.12
Resposta a uma mulher moderna
Querida mulher moderna inconformada que não entende o que deu errado,
O erro está na incompletude de vocês mulheres semi modernas que são sim mais inteligentes, vividas e sagazes, mas ainda só se sentem completas com uma figura masculina potente ao seu lado (coisa de Freud, relação com o pai etc). A verdade é que essa figura não existe. O machismo também afeta os homens. Nós somos tão frágeis quanto as mulheres, nos ferimos e temos muito muito medo de tudo, especialmente de não conseguirmos realizar tudo que a sociedade espera e encuca na nossa mente desde a infância (homem não chora, homem tem que ser comedor, tem que ganhar bem e dominar a mulherada, tem que ser superior e imbatível).
Não somos assim, ninguém é "macho", isso é uma figura mítica que nos obrigam inconscientemente a perseguir. O resultado é que passamos boa parte da vida fingindo que somos, fazendo a personagem do homem boa pinta pegador e, na hora da verdade, quando as mulheres de hoje, menos sonsas e menos frágeis, se colocam à nossa frente, vemos que elas estão exatamente no nosso patamar, que não podemos dominá-las nem sobrepujá-las e, pior de tudo, é justo isso que elas esperam que façamos, consciente ou inconsciente, a mais moderna das mulheres morre de prazer num homem dominador. E é aí que as meninas sonsas, aquelas primas do interior sem vivência e sem sabor se tornam nosso maior deleite, pois nelas podemos montar para sermos finalmente aquilo tudo que nossos pais, a televisão e vocês, mulheres modernas, esperam de nós.
Se você quer um homem pra ficar do teu lado, pra te fazer mais feliz, queira um parceiro, não um homem forte, mas um frágil que chore contigo quando se sentir perdido e que saiba te dar ombro quando você precisar. Ensine-o a lidar com o teu tesão descabido nos machos sarados dominadores enquanto tenta aprender a lidar com o tesão dele nas santinhas sonsas do interior, sejam dois seres humanos e não homem e mulher. Talvez, aí você encontre alguém pra te acompanhar por alguns anos e te garanto que mesmo que demore pra acontecer, vai ser uma linda relação.
O erro está na incompletude de vocês mulheres semi modernas que são sim mais inteligentes, vividas e sagazes, mas ainda só se sentem completas com uma figura masculina potente ao seu lado (coisa de Freud, relação com o pai etc). A verdade é que essa figura não existe. O machismo também afeta os homens. Nós somos tão frágeis quanto as mulheres, nos ferimos e temos muito muito medo de tudo, especialmente de não conseguirmos realizar tudo que a sociedade espera e encuca na nossa mente desde a infância (homem não chora, homem tem que ser comedor, tem que ganhar bem e dominar a mulherada, tem que ser superior e imbatível).
Não somos assim, ninguém é "macho", isso é uma figura mítica que nos obrigam inconscientemente a perseguir. O resultado é que passamos boa parte da vida fingindo que somos, fazendo a personagem do homem boa pinta pegador e, na hora da verdade, quando as mulheres de hoje, menos sonsas e menos frágeis, se colocam à nossa frente, vemos que elas estão exatamente no nosso patamar, que não podemos dominá-las nem sobrepujá-las e, pior de tudo, é justo isso que elas esperam que façamos, consciente ou inconsciente, a mais moderna das mulheres morre de prazer num homem dominador. E é aí que as meninas sonsas, aquelas primas do interior sem vivência e sem sabor se tornam nosso maior deleite, pois nelas podemos montar para sermos finalmente aquilo tudo que nossos pais, a televisão e vocês, mulheres modernas, esperam de nós.
Se você quer um homem pra ficar do teu lado, pra te fazer mais feliz, queira um parceiro, não um homem forte, mas um frágil que chore contigo quando se sentir perdido e que saiba te dar ombro quando você precisar. Ensine-o a lidar com o teu tesão descabido nos machos sarados dominadores enquanto tenta aprender a lidar com o tesão dele nas santinhas sonsas do interior, sejam dois seres humanos e não homem e mulher. Talvez, aí você encontre alguém pra te acompanhar por alguns anos e te garanto que mesmo que demore pra acontecer, vai ser uma linda relação.
7.10.11
Felicidade
Ela seguiu os mandamentos todos e vivia como esperavam que vivesse. Agradou à família e ao capital. Tinha posses, tinha estabilidade. Arrancava o sangue dos pobres todos os dias, mas também sem deixar de guardar aquele pequeno espaço para a culpa. Um dia talvez, fizesse caridade para compensar. Por enquanto compensava a dor com conforto comprado.
Encontrou um marido que lhe cuidava e tolhia. Um amor de manual: um homem que vê tevê e a mulher que o agrada. O sexo, como manda a regra da boa esposa: uma obrigação sem tesão. Fiel, devotada, trabalhadora, estável, eficiente, bem arrumada e sorridente.
E, no entanto, quem tinha paz, era eu.
Encontrou um marido que lhe cuidava e tolhia. Um amor de manual: um homem que vê tevê e a mulher que o agrada. O sexo, como manda a regra da boa esposa: uma obrigação sem tesão. Fiel, devotada, trabalhadora, estável, eficiente, bem arrumada e sorridente.
E, no entanto, quem tinha paz, era eu.
9.8.11
Vagabunda!
Gosto dos cortes, das dentadas, dos roxos e das dores que deixa nosso sexo. Do som estralado da mão arrebentando a cara. Me aquece lembrar que nosso prazer é cruel e nos machucamos de amor. Porque querer o outro com doçura é uma grande mentira: no fundo, somos feras.
Aceitar no amante a força devastadora desprovida de pudor, a violência do tapa, o ego da dominação e o nojo dos fluidos. Esse é o mais honesto amor que se pode fazer.
Vagabunda!
Aceitar no amante a força devastadora desprovida de pudor, a violência do tapa, o ego da dominação e o nojo dos fluidos. Esse é o mais honesto amor que se pode fazer.
Vagabunda!
3.7.11
Sonhos também morrem
Há muitos anos eu conheci uma menina que tinha um sonho.
Muito responsável ela decidiu: antes da felicidade, fazer faculdade, arrumar um bom emprego pra só depois se dedicar ao que realmente gosta.
Mas ontem a noite ela morreu.
Muito responsável ela decidiu: antes da felicidade, fazer faculdade, arrumar um bom emprego pra só depois se dedicar ao que realmente gosta.
Mas ontem a noite ela morreu.
18.6.11
Carta de ruptura com a classe média universitária paulista radicalizada pela metade
Foi o teu militantismo seco e burro, com cara de burocracia soviética que me drenou a energia para lutar. E o teu esquerdismo idiota, cheio de si e cheio de moralismo, me levou à direita de mim. Quando olho pra esquerda, só vejo o seu revolucionismo meritocrático, diplomático e conservador. Não to dizendo que a culpa é sua. Não penso em culpa. Penso no teu falso sentimento de camaradagem que me isolou do coração dos homens (e das mulheres).
Hoje, ando um pouco de cabeça baixa.
Sou vítima do meu sonho.
Hoje, ando muito de cabeça erguida. Porque quando olho pra dentro, vejo essa energia da periferia, esse amor desenfreado pela vida e pelas pessoas que eu aprendi a ter na rua, na esquina, no trabalho e que tentaram me fazer esquecer no gramado da universidade. Quando eu me preencher disso de novo, isso que sou eu, que sou meus amigos e sou minha raiz...
Aí eu vou voltar. E aí, você vai ouvir falar de mim.
Hoje, ando um pouco de cabeça baixa.
Sou vítima do meu sonho.
Hoje, ando muito de cabeça erguida. Porque quando olho pra dentro, vejo essa energia da periferia, esse amor desenfreado pela vida e pelas pessoas que eu aprendi a ter na rua, na esquina, no trabalho e que tentaram me fazer esquecer no gramado da universidade. Quando eu me preencher disso de novo, isso que sou eu, que sou meus amigos e sou minha raiz...
Aí eu vou voltar. E aí, você vai ouvir falar de mim.
Agora você vai buscar teus insultos pré-cozidos tirados dos livros. Decorados e requentados no teu pedante microondas acadêmico. "Insultos não! Definições de classe". Mas eu te conheço por dentro, Eu te conheço na alcova e na cozinha. Sei do teu tesão sujo, sei porquê você chora a noite e onde se esconde da tua verdade. Tua veia saltada, teu riso ensaiado e tua alegria calculada não me assustam mais. Tuas vitórias inventadas não me animam mais. Teu charme não me excita mais!
Esteja aí me esperando pra quando eu voltar. Aí, você vai ouvir falar de mim.
2.6.11
Correio Estranho (c.)
C.
Acordei de um pequeno sonho intenso essa noite, só para descobrir que sonhava com você e não sabia. Sonhei sobre professores e alunas, que ensinavam professores, sobre a simetria dor-amor.
Li cartas que você acha não mandou, mas mandou, falando daquilo que se poderia ter.
Fui pra cama pensando em saber porque não foi e se haverá um dia de ser.
p.s.: Fico feliz de ter te feito pensar em fumar menos. Contra tudo que eu poderia imaginar, tive algum efeito benéfico afinal.
p.s.: Ainda mora no meu espelho a tua imagem.
10.3.11
Conclusões de hoje!
1. Você nunca passa em branco na vida de ninguém, mesmo que essa pessoa se torne um monstrinho oposto 180° a você, ela guarda algo que aprendeu contigo e normalmente é algo de bom.
2. A coisa mais difícil pra maioria das pessoas é ser quem realmente é e fazer o que tem vontade verdadeiramente. Leva anos pra parar de fazer o que te disseram que seria legal pra você.
3. Aquele monstrinho oposto 180° pode aprender isso antes que você, mesmo que o que ele realmente queira fazer seja algo bem monstruoso.
4. Namoros acabam, amizades também, família morre. Só você te acompanha pro resto da vida. Se ame e se leve a sério. Não se deixe ficar de mal de você mesmo, a vida fica um saco.
5. A Marimoon fala igualzinho meu professor de Kung Fu.
6. É impossível ser produtivo todo dia. É preciso comer muita merda pra poder cagar alguma arte!
7. A gente aprende e amadurece pelo amor ou pela dor. Normalmente é pela dor, nos terromotos da vida! Se você aprendeu pela dor, aprenda a amar o desastre. Ele é teu mestre e teu melhor amigo.
8. Amor é importante. Mas tem horas que só umas AK-47 e meio milhão de pessoas na rua resolve as coisas.
9. Dormir é pros fracos, escrever é pros loucos e sexo é pra quem tem sorte de não pensar em nada disso!
Boa noite.
2. A coisa mais difícil pra maioria das pessoas é ser quem realmente é e fazer o que tem vontade verdadeiramente. Leva anos pra parar de fazer o que te disseram que seria legal pra você.
3. Aquele monstrinho oposto 180° pode aprender isso antes que você, mesmo que o que ele realmente queira fazer seja algo bem monstruoso.
4. Namoros acabam, amizades também, família morre. Só você te acompanha pro resto da vida. Se ame e se leve a sério. Não se deixe ficar de mal de você mesmo, a vida fica um saco.
5. A Marimoon fala igualzinho meu professor de Kung Fu.
6. É impossível ser produtivo todo dia. É preciso comer muita merda pra poder cagar alguma arte!
7. A gente aprende e amadurece pelo amor ou pela dor. Normalmente é pela dor, nos terromotos da vida! Se você aprendeu pela dor, aprenda a amar o desastre. Ele é teu mestre e teu melhor amigo.
8. Amor é importante. Mas tem horas que só umas AK-47 e meio milhão de pessoas na rua resolve as coisas.
9. Dormir é pros fracos, escrever é pros loucos e sexo é pra quem tem sorte de não pensar em nada disso!
Boa noite.
30.11.10
Desonestas
Falsa é a mulher que diz desejar um homem honesto.
Não conheço mulher vivente que suportaria vinte segundos de honestidade masculina.
Não conheço mulher vivente que suportaria vinte segundos de honestidade masculina.
22.9.09
Seguir
(e como me irritam essas pessoas duras e secas que não sabem de nada, que não sentem nada, nem percebem a estupidez do seu seguir. Seus ridículos mal-humores, fofocas e falsas batalhas. Seu ego de madeira cagando regras e dizendo a mim o que é bom e o que é ruim.)
Me pergunto porquê seguimos, sem saber direção nem sentido disso tudo. Por quê seguimos? Talvez por quê seguir seja nossa natureza, porquê o sentido seja mesmo seguir em busca de uma resposta que talvez não há. E seguimos.
Me pergunto porquê seguimos, sem saber direção nem sentido disso tudo. Por quê seguimos? Talvez por quê seguir seja nossa natureza, porquê o sentido seja mesmo seguir em busca de uma resposta que talvez não há. E seguimos.
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