18.6.11

Carta de ruptura com a classe média universitária paulista radicalizada pela metade

Foi o teu militantismo seco e burro, com cara de burocracia soviética que me drenou a energia para lutar. E o teu esquerdismo idiota, cheio de si e cheio de moralismo, me levou  à direita de mim. Quando olho pra esquerda, só vejo o seu revolucionismo meritocrático, diplomático e conservador. Não to dizendo que a culpa é sua. Não penso em culpa. Penso no teu falso sentimento de camaradagem que me isolou do coração dos homens (e das mulheres).


Hoje, ando um pouco de cabeça baixa.


Sou vítima do meu sonho.


Hoje, ando muito de cabeça erguida. Porque quando olho pra dentro, vejo essa energia da periferia, esse amor desenfreado pela vida e pelas pessoas que eu aprendi a ter na rua, na esquina, no trabalho e que tentaram me fazer esquecer no gramado da universidade. Quando eu me preencher disso de novo, isso que sou eu, que sou meus amigos e sou minha raiz...


Aí eu vou voltar. E aí, você vai ouvir falar de mim.





Agora você vai buscar teus insultos pré-cozidos tirados dos livros. Decorados e requentados no teu pedante microondas acadêmico. "Insultos não! Definições de classe". Mas eu te conheço por dentro, Eu te conheço na alcova e na cozinha. Sei do teu tesão sujo, sei porquê você chora a noite e onde se esconde da tua verdade. Tua veia saltada, teu riso ensaiado e tua alegria calculada não me assustam mais. Tuas vitórias inventadas não me animam mais. Teu charme não me excita mais!

Esteja aí me esperando pra quando eu voltar. Aí, você vai ouvir falar de mim.

Nenhum comentário: