Não cabe ao poeta pendurar roupas no varal.
Cozinhar, lavar a louça, varrer o chão,
ajudar a esposa, dobrar lençóis,
pegar ônibus lotado,
trabalhar.
Ao poeta cabe viver para saber do que falar.
E deu que eu fosse um poeta amarrado
num corpo de trabalhador banal,
preso nas repetidas tarefas
de um dia-a-dia
maçante.
Daí que começo todos os dias encantado com a vida.
Mas com o passar das horas
termino sentado e vazio
idiotamente vazio
e sem vontade de dormir.
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