Ouvi a porta do banheiro se fechar com
um clique suave. Era o único lugar protegido das paredes de vidro
que cercavam o salão. O cheiro dela foi até lá, mas deixou um
rastro de feromônios que me faziam queimar por dentro como um bicho.
Imaginei a cena lá dentro. Ela aguardando por mim.
A realidade superou o sonho.
Prostrada de cabeça baixa, os cabelos de cobre sobre o rosto e indo até
os joelhos. Toquei de leve o seu queixo e a fiz olhar para os meu
olhos. Logo meu pau entrava todo na boca carnuda e tocava o fundo
suave e quente de uma garganta ávida.
As lágrimas corriam cheias de
maquiagem e escorriam negras pelas bochechas. Um choro de prazer meu
e dela. Quando eu não empurrava sua nuca contra meu tronco, ela
mesma se apoiava em minhas coxas e auto-infligia o duvidoso
castigo de se sufocar em mim.
Quando me senti satisfeito, empurrei a
cabeça e o corpo dela pra longe. Observei por pouco tempo a cara
infantil, sacana e feliz e mãos maduras que limpavam o rosto dos dois
rios escuros que iam até o pescoço esguio e gostoso. Ali começava
nossa história e não ia acabar facilmente.
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