18.11.12

Rios Negros

Ouvi a porta do banheiro se fechar com um clique suave. Era o único lugar protegido das paredes de vidro que cercavam o salão. O cheiro dela foi até lá, mas deixou um rastro de feromônios que me faziam queimar por dentro como um bicho. Imaginei a cena lá dentro. Ela aguardando por mim.

A realidade superou o sonho. Prostrada de cabeça baixa, os cabelos de cobre sobre o rosto e indo até os joelhos. Toquei de leve o seu queixo e a fiz olhar para os meu olhos. Logo meu pau entrava todo na boca carnuda e tocava o fundo suave e quente de uma garganta ávida.

As lágrimas corriam cheias de maquiagem e escorriam negras pelas bochechas. Um choro de prazer meu e dela. Quando eu não empurrava sua nuca contra meu tronco, ela mesma se apoiava em minhas coxas e auto-infligia o duvidoso castigo de se sufocar em mim.


Quando me senti satisfeito, empurrei a cabeça e o corpo dela pra longe. Observei por pouco tempo a cara infantil, sacana e feliz e mãos maduras que limpavam o rosto dos dois rios escuros que iam até o pescoço esguio e gostoso. Ali começava nossa história e não ia acabar facilmente.

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