Tenho na vida um tesão cansado de domingo a noite. Um cansaço que coloca entre a rigidez do pinto e o ato selvagem de alavancar-se sobre o corpo de alguém uma barreira intransponível de um deserto sem horizonte.
Tudo me falta e tudo me sobra. Tenho vontade demais e receio demais de começar uma jornada que não sei de antemão se acaba bem. Sou em todos os aspectos um velho de vinte e nove anos mal vividos. Enrugado e flácido e perdido. Me arrasto pelo asfalto das ruas vivendo sonâmbulo e sem saber se quero ou se sou apenas a inércia do que antes fui e não quer mais ser. Morrer me cansa, viver me mata. Quero só dormir.
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