Cada beijo que não é dado com cada dor que dorme recalcada,
e também cada toque rejeitado, escurece um canto do nosso olhar.
Essa armadura de vidro que só rompemos no silêncio do gemido arfante
e que vira aos poucos caixão de nós mesmos, mortos no segundo seguinte em que se goza.
Tudo é solidão, salpicada de vultos do que seríamos juntos
em amizade verdadeira e em amores sem temores. Nossa potencialidade de seres coletivos e unos dissolvida em medo e apreensão.
Forjamos regras para viver em desacordo ao que somos e nossas regras nos impedem de viver. Vagamos com caras de sãos, pedindo um socorro silencioso que rejeitamos assim que nos é oferecido, com o sorriso leve e falso de quem diz que está tudo bem.
E tudo é solidão.
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